Bolsonaro chama Barroso, presidente do TSE, de 'imbecil'
Presidente da República reafirmou que o deputado federal Aécio Neves (PSDB) teria vencido a eleição presidencial em 2014. Todavia, o próprio PSDB reconhece a legitimidade da vitória de Dilma Rousseff (PT)
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a colocar em dúvida a segurança das eleições no Brasil nesta sexta-feira (9), mas sem apresentar provas. Bolsonaro ainda ofendeu o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.
"Não tenho medo de eleições. Entrego a faixa a quem ganhar. No voto auditável. Nessa forma [atual], corremos o risco de não termos eleição no ano que vem. Porque é o futuro de vocês que está em jogo", disse Bolsonaro em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada.
Em defesa ao voto impresso, o presidente da República chamou Barroso de "imbecil" e "idiota" e afirmou que houve "fraude" e "roubalheira" nas eleições presidenciais de 2014.
"Em 2014 se mostrou a apuração minuto a minuto. Obviamente vocês não tiveram acesso. E minuto a minuto, no segundo turno, começou [com] o Aécio Neves lá em cima e a Dilma lá embaixo. Com o tempo, essas curvas foram se cruzando até que se estabilizaram na horizontal com a Dilma na frente. Depois que as curvas se tocaram, ou momentos antes das curvas se tocarem, era Dilma ganhou, Aécio ganhou, Dilma ganhou, Aécio ganhou. Por 271 [mil] vezes. É você jogar uma moeda 217 [mil] vezes para cima e dar cara, coroa, cara, coroa, cara, coroa", disse o presidente.
Em 2014, após as eleições presidenciais, o PSDB pediu uma auditoria no sistema de votação, alegando falta de transparência. A auditoria foi realizada, mas não foram encontradas irregularidades.
Ataque a Aziz e Calheiros
O presidente ainda voltou a atacar o presidente da CPI da Covid Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão no Senado Federal, que tem causado desgaste ao governo ao investigar possíveis irregularidades na compra de vacinas.
"Quem vota em Omar Aziz ou é ignorante ou nasceu naquele lugar. O cara que desviou R$ 260 milhões da saúde investigando [o Ministério da] Saúde", afirmou Bolsonaro, repetindo acusação feita na quinta-feira (8) e negada por Aziz.
O presidente também voltou a vincular Renan a possíveis fraudes na eleição: "Vocês acham que Renan Calheiros, por exemplo, se pudesse fraudar a votação, ele fraudaria, pelo caráter que tem? A única forma de bandidos como Renan Calheiros se perpetuarem na política, entre outros que estão do lado dele, o nove dedos [referência a Lula da Silva], é na fraude", concluiu. (com agência Sputnik Brasil)