POLÍTICA
Lira é criticado por levar PEC do voto impresso ao plenário e 'sentar' sobre pedidos de impeachment
Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 06/08/2021 às 20:05
Alterado em 06/08/2021 às 20:13
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta sexta-feira (6) que levará a proposta sobre a implantação do voto impresso ao plenário da Casa, apesar de a proposta ter sido derrotada em comissão especial sobre o tema na véspera.
Segundo Lira, a decisão visa a pacificar as eleições de 2022, depois que o tema do voto impresso se tornou motivo de enorme tensão entre o presidente Jair Bolsonaro, que quer o voto impresso, e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que defende a lisura do sistema eletrônico.
"Infelizmente, assistimos nos últimos dias [a] um tensionamento, quando a corda puxada com muita força leva os poderes para muito além de seus limites. A Câmara dos Deputados sempre se pauta pelo cumprimento do regimento e pela defesa da sua vontade, que é a expressão máxima da democracia", justificou o presidente da Casa em pronunciamento transmitido pela TV Câmara.
Lira acrescentou: "Voto impresso está pautando o Brasil, não é justo com o país [...]. Para quem fala que democracia está em risco, não há nada mais livre, amplo e representativo do que deixar o plenário manifestar-se".
"O parlamentar não falou sobre os mais de 100 pedidos de impeachment do presidente que esta"riam na Câmara esperando sua deliberação, afinal, o impedimento de Bolsonaro também pauta o país", diz um usuário do Twitter.
Comissão rejeitou voto impresso
Nessa quinta-feira (5), membros da comissão especial da proposta de emenda à Constituição (PEC) rejeitaram parecer favorável à impressão dos votos, elaborado pelo relator Filipe Barros (PSL-PR) por 23 votos a 11, em uma importante derrota para Bolsonaro.
Como se trata de uma PEC, para a mudança ser aprovada precisa do apoio de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação e depois, também em duas rodadas, os votos de 49 dos 81 senadores.
??GRAVE@ArthurLira_ ignora a derrota do voto impresso e vai pautá-la para votação no plenário da Câmara.
— David Miranda (@davidmirandario) August 6, 2021
Ele também ignora os mais 120 PEDIDOS DE IMPEACHMENT contra Bolsonaro.
O presidente da Câmara age como cúmplice do genocida!
A votação que rejeitou o voto impresso teve voto impresso?
— Renato Terra (@terra30) August 6, 2021
Levar a PEC do voto impresso ao Plenário depois de a Comissão Especial já ter rejeitado o tema por ampla maioria, é submeter a Câmara dos Deputados aos delírios de um presidente genocida, corrupto e mentiroso.
— Bohn Gass (@BohnGass) August 6, 2021
Lira “denuncia ” que há tensão entre Poderes. Tensão? Quem tensionou?? O STF? NÃO. Bolsonaro tensiona TODOS os dias. E até chama ministro de fdp. Ah, para com isso, Lira! Ponha um dos pedidos de impeachment na pauta, que é SEU DEVER! Bah!
— Lenio Luiz Streck (@LenioStreck) August 6, 2021
Lira, ao invés de cumprir seu papel e abrir impeachment deu sobrevida ao delírio bolsonarista e anuncia que levará a plenário votação do voto impresso. A única parte q concordo é q esse assunto já foi longe demais. Dar sobrevida a ele é tremenda irresponsabilidade e cumplicidade.
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) August 6, 2021
Por lealdade à própria lógica, o presidente da Câmara deveria submeter ao julgamento soberano do plenário a admissibilidade de um pedido de impeachment do presidente da República. Assim como as urnas, é um “assunto que já foi longe demais”. Creio que o STF não se oporia.
— Diego Escosteguy (@diegoescosteguy) August 6, 2021
Lira: Ninguém tá pedindo impeachment
— R0c40renten???? (@r0cc0) August 6, 2021
Lira: Sociedade tá pedindo voto impresso pic.twitter.com/x3PehgN2x3
Liraaa, sabe o que tá parando o Brasil também, mas você não move um dedo para resolver? A questão do impeachment do Bolsonaro, aí vc se finge de surdo.
— GugaNoblat (@GugaNoblat) August 6, 2021
Lira argumenta que levará o voto impresso para o plenário porque o tema está sendo debatido pela sociedade. Sabe qual tema está sendo mais debatido e ele não leva para o plenário? Sim, o impeachment.
— Gabriel S. Elias (@gabrieleliasdf) August 6, 2021