'Não interfira nas eleições': enviado dos EUA trouxe recado de Biden a Bolsonaro
Os enviados do presidente Joe Biden chegaram a Brasília na quinta-feira (5). A delegação chefiada pelo assessor de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, também visitou a Argentina
O assessor de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, afirmou, em conversa com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na quinta-feira (5) que trazia uma mensagem do presidente norte-americano Joe Biden: para Bosonaro não interfirir nas eleições no Brasil.
A agência Reuters afirma que uma fonte familiarizada com o assunto confirmou que o governo Biden levantou preocupações sobre as alegações infundadas de Bolsonaro sobre fraude no sistema de votação eletrônico brasileiro e sua ameaça de não aceitar os resultados das eleições presidenciais do próximo ano se o mecanismo não for alterado.
A delegação norte-americana teria enfatizado a importância de não minar a confiança no processo eleitoral brasileiro, especialmente considerando que nenhuma evidência de fraude foi apresentada nas eleições anteriores.
Além da reunião com Bolsonaro, Sullivan também se encontrou com o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, ambos generais do Exército aposentados e próximos de Bolsonaro.
Defesa do voto impresso
Nas últimas semanas, Bolsonaro tem atacado as urnas eletrônicas usadas no Brasil e faz pressão pela adoção de cédulas impressas que podem ser contadas se algum resultado eleitoral for contestado. O presidente não forneceu nenhuma evidência de fraude no passado ou de vulnerabilidades atuais.
Bolsonaro atacou veementemente o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e juiz do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso por este duvidar publicamente de suas alegações infundadas e por dizer que o sistema atual poderia ser auditado.
Na quinta-feira (5), o presidente do STF, Luiz Fux, cancelou reunião que haveria entre os chefes dos Poderes pelas ofensas proferidas pelo presidente, e disse que o chefe do Executivo não cumpre a própria palavra.(com agência Sputnik Brasil)