Em semana de crises, governo volta a perder popularidade nas redes
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Bruno Luiz e Matheus Zúñiga - O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) finalizou a semana com tendência de queda na taxa de aprovação nas redes sociais, pela terceira vez seguida. É o que mostram dados divulgados nessa sexta (24) pela pesquisa Modalmais/AP Exata. O índice dos que consideram a gestão ruim/péssima cresceu 0,8 ponto porcentual (p.p) em relação à semana anterior, chegando a 51,1%. Já o porcentual daqueles que veem o governo como positivo caiu 0,7 p.p e ficou em 29,6%. O índice de avaliação regular é de 19,3%.
O levantamento aponta que a perda de popularidade nas redes se deve a sucessivas crises enfrentadas pelo governo nos últimos dias, como o aumento de combustíveis pela Petrobras, o assassinato de Bruno Pereira e Dom Philips na Amazônia e a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
CPI do MEC e da Petrobras
A prisão de Ribeiro fez crescer nas redes a pressão da oposição para obtenção das 27 assinaturas que já permitem protocolar o pedido de criação da CPI do MEC no Senado. A base bolsonarista reagiu e acusou a comissão de ser instrumento de perseguição ao presidente. O levantamento diz que o tema ainda deve crescer na próxima semana.
Do lado dos bolsonaristas, o presidente sugeriu a criação da CPI da Petrobras, também um dos temas mais debatidos da semana no Twitter. Apesar do forte engajamento inicial, o assunto perdeu relevância após José Mauro Coelho deixar a presidência da estatal.
Aumento dos auxílios
O anúncio da criação de um auxílio de R$ 1 mil para os caminhoneiros gerou críticas negativas nas redes. Para muitos, é injusto criar benefício para uma única categoria de profissionais. Além disso, o governo propôs o aumento do auxílio emergencial de R$ 400 para R$ 600, também dividindo opiniões. De acordo com a pesquisa, os auxílios estariam sendo utilizados pelo governo como uma forma de atenuar os efeitos da inflação e evitar mais desgastes a Bolsonaro.
As críticas da oposição focaram no aspecto eleitoreiro das decisões do governo, mas os internautas comuns, em sua maioria, acreditam que o Estado deve agir de forma imediata para ajudar os mais pobres.
Datafolha
Divulgada ontem, a pesquisa Datafolha que mostrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 47% contra 28% de Bolsonaro foi comemorada pela esquerda, pela possibilidade de vitória do petista no primeiro turno, ainda que apertada. Governistas desacreditaram o resultado e seguiram publicando vídeos do presidente sendo ovacionado nas ruas e citando o "Datapovo", como termômetro eleitoral.
A performance de Simone Tebet e Ciro Gomes nas pesquisas também foi alvo de comentários. A maioria dos internautas acredita que a polarização entre Lula e Bolsonaro não será quebrada. Petistas voltaram a pressionar simpatizantes de Ciro pelo voto útil em Lula.