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Ciro Gomes defende plebiscitos e taxação de grandes fortunas durante entrevista

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Por POLÍTICA JB
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Publicado em 24/08/2022 às 07:56

Alterado em 24/08/2022 às 07:56

Ciro Gomes no Jornal Nacional Foto: Folhapress / Caio Rocha / Zimel Press

O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) concedeu entrevista ao Jornal Nacional nessa terça-feira (23). Entre vários temas, o presidenciável defendeu o uso de consultas diretas à população, a taxação dos super-ricos e se comprometeu a não tentar reeleição, caso vença o pleito eleitoral.

Ao ser questionado sobre a promessa de pagamento de auxílio de R$ 1 mil para famílias vulneráveis, Ciro Gomes afirmou que buscará financiar a proposta com a ampliação de tributos sobre grandes fortunas. A taxação de grandes riquezas ficaria restrita às fortunas superiores a R$ 20 milhões.

"Somente 58 mil brasileiros têm um patrimônio superior a R$ 20 milhões, o que quer dizer o seguinte: cada super-rico no Brasil vai ajudar a financiar, com R$ 0,50 apenas de cada R$ 100 de sua fortuna, a sobrevivência digna de 821 brasileiros abaixo da linha da pobreza", disse o candidato do PDT, acrescentando que essas famílias são as de domicílios que ganham até R$ 417 por pessoa mensalmente.

Segundo Ciro Gomes, essa proposta seria parte de um novo modelo de previdência para o país, unindo o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a aposentadoria rural, o seguro-desemprego e programas de transferência de renda como o Auxílio Brasil. Ciro diz que vai unir as políticas e "transformar num direito previdenciário constitucional".

 

Plebiscitos e reeleição

O candidato do PDT defendeu durante a entrevista a introdução de plebiscitos para driblar a necessidade de o presidente se submeter às lideranças do Congresso Nacional para avançar com propostas sensíveis. Ciro Gomes também criticou as alianças dos presidentes brasileiros desde a redemocratização com o Centrão.

"É um modelo, uma tentativa de libertar o Brasil de uma crise que corrompeu organicamente a Presidência da República. Transformou a Presidência da República em uma espécie de esconderijo do pacto de corrupção e fisiologia do Brasil", disse.

O chamado Centrão é um grupo do Congresso Nacional formado por congressistas do campo da direita que costumam se aliar ao Planalto em troca de cargos e recursos federais. Essa negociação faz parte do que se convencionou chamar de presidencialismo de coalizão.

Crítico do modelo, Ciro Gomes se comprometeu a não tentar reeleição caso vença o pleito contra seus adversários em outubro. O candidato do PDT acredita que a busca pela reeleição amplia a corrupção ao atrelar a ambição pelo segundo mandato às escolhas e alianças do governo.

 

Outros dois candidatos serão entrevistados nesta semana

Os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Simone Tebet (MDB) também serão entrevistados pela emissora nesta semana. O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi entrevistado na segunda-feira (22). A ordem das entrevistas foi decidida por meio de sorteio.

Lula participará da série de entrevistas nessa quinta-feira (25). Já Tebet estará no Jornal Nacional na sexta-feira (26).

Os convidados são os mais bem colocados nas pesquisas eleitorais. Na mais recente pesquisa Datafolha, Lula liderava com 47%, seguido de Bolsonaro com 32%, Ciro Gomes com 7% e Simone Tebet com 2%. (com agência Sputnik Brasil)

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