Lula pede 'força-tarefa' para comparar governos do PT e gestão Bolsonaro
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Giordanna Neves e Sofia Aguiar - O candidato do PT a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que ficou em primeiro lugar no primeiro turno, pediu para que a população se mobilize em uma “força-tarefa” para fazer comparações entre os governos do PT e da gestão do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno. Ao citar os cortes na educação pelo atual governo, o petista pede que a população discuta com vizinhos e colegas de trabalho os feitos de cada gestão.
“Até dia 30, a gente não pode descansar. Não só no celular, mas a gente tem que visitar cada loja, banco, local de trabalho, vizinho, aquele vizinho que está mal humorado e vamos discutir com ele e fazer uma comparação entre os governos do PT e governo Bolsonaro”, declarou Lula, após caminhada com apoiadores em São Bernardo do Campo (SP). Ao afirmar que Bolsonaro é um "especialista em mentir”, principalmente via WhatsApp de acordo com ele, Lula pediu para que a população fique “alerta” para distinguir o que é verdade e o que é mentira. “Vocês na verdade não são cabos eleitorais, a partir de agora, vocês são candidatos a governador e candidato à Presidência da República.”
“Vamos ver quem investiu mais em educação, emprego, salário”, afirma, e cita os novos bloqueios que o atual governo fez na educação. Como mostrou o Broadcast/Estadão, na última sexta-feira, 30, o Planalto editou um decreto com contingenciamento (bloqueio de despesas) adicional de R$ 2,6 bilhões no Orçamento, mas não detalhou as áreas afetadas.
“Ele [Bolsonaro] está cortando do orçamento quase R$ 900 milhões da universidade da mesma forma que ele negligenciou a vacina”, afirmou, classificando Bolsonaro de “genocida” e fazendo críticas à forma como o atual chefe do Executivo nacional lidou com a pandemia da covid-19. “Estamos juntos para dizer que vale a pena. A gente não quer arma, a gente quer livro; a gente não quer mentira, a gente quer verdade”, declarou.
Em aceno à senadora Simone Tebet (MDB), que ficou em terceiro lugar na corrida presidencial, Lula citou a desigualdade salarial entre homens e mulheres. “A mulher continuar ganhando menos que um homem no mercado de trabalho e nós vamos regulamentar para que a mulher fazendo o mesmo trabalho ela ganhar o mesmo salário do homem porque a mulher não pode ser tratada como cidadãos de segunda classe”, declarou.
Na quarta-feira (5), Tebet anunciou voto no ex-presidente e disse ter entregado a ele cinco propostas para serem incluídas no plano de governo. Dentre elas, está a sanção da lei que “iguale salários entre homens e mulheres que desempenham, com currículo equivalente, as mesmas funções”.
Lula aproveitou para impulsionar o palanque para seu candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que no primeiro turno ficou atrás do candidato de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Estamos de volta para juntos Haddad e Lula governar Brasil e São Paulo”, destacou. Diante da liderança de Lula em relação a Bolsonaro, a campanha petista aposta no discurso do alinhamento da gestão nacional, caso Lula vença, com a gestão estadual, com Haddad.