POLÍTICA
LIRA E RENAN CALHEIROS DISCUTEM NO TWITTER EM MEIO A IMPASSE SOBRE RITO DE TRAMITAÇÃO DAS MPS
Por POLÍTICA JB com Agência Estado
Publicado em 24/03/2023 às 05:06
Alterado em 24/03/2023 às 06:38
Iander Porcella - O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) discutiram no Twitter nesta quinta-feira, 23, em meio ao impasse sobre o rito de tramitação das Medidas Provisórias (MPs) editadas pelo governo Lula. Os dois são rivais políticos e estão no centro do imbróglio.
“Há 55 anos Artur Costa e Silva editou o AI5. Outro tiranete, Arthur tb, quer rasgar a Constituição e baixar o LIRA AI 2,5 para fechar o Senado e usurpar nossas funções. As MPs são provisórias. A democracia, a separação dos poderes e o bicameralismo são para sempre”, escreveu Calheiros, ontem, na rede social.
“O bom da liberdade de expressão é que permite até os bobos se manifestarem, embora no geral se comportem de maneira ridícula, panfletária e incendiária. Para gente desse naipe o melhor seria a cadeira do psicanalista, não a do parlamento, pois em nada contribui com a democracia”, respondeu Lira, hoje, em comentário à publicação de Calheiros no Twitter.
O embate entre os dois se intensificou ontem, após Calheiros apresentar uma questão de ordem no plenário do Senado para que Pacheco determinasse o retorno das comissões mistas. Lira classifica os colegiados como “antidemocráticos” e quer a manutenção do rito que vigorou na pandemia, com as MPs votadas diretamente no plenário de cada Casa.
“Não é na truculência nem na força que vai se resolver esse problema. Ontem, um senador propôs uma questão de ordem sugerindo que o presidente Rodrigo, numa resolução de 2002, ou seja, de 20 anos atrás, faça a instalação unilateral [das comissões mistas]”, disse Lira hoje a jornalistas, sem citar o nome de Renan Calheiros.
“Lamento muito claramente que a política regional ou local de Alagoas interfira no Brasil. O Senado não pode ser refém de Alagoas, nem do Amapá. O Senado é muito maior, uma Casa federativa, representa todos os Estados”, emendou o presidente da Câmara.
Lira também disse que os senadores são os que mais deveriam se preocupar com o possível vencimento das MPs do governo, caso não haja acordo, por terem indicado ministros, em referência à medida que reestruturou a Esplanada.
“Eu não tenho ministérios indicados. A Câmara não tem ministérios indicados. Portanto, nós estamos tranquilos com relação principalmente a essas matérias sensíveis da reforma administrativa [reestruturação da Esplanada]”, afirmou.
Um dos ministérios criados com a MP - e que pode deixar de existir se a medida caducar - foi o dos Transportes, resultado do desmembramento do antigo Ministério da Infraestrutura. A pasta é ocupada por Renan Filho, cujo pai é justamente Calheiros.