O RIO EM GUERRA - Moradores da Vila Cruzeiro em pânico

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Apesar de a polícia ter ocupado a comunidade, os bandidos resistiram à incursão gerando tensão e medo

José Luiz de Pinho Os cerca de 800 militares mobilizados pela Secretaria de Segurança conseguiram tomar a comunidade da Vila Cruzeiro, na Penha (Zona Norte do Rio), mas, no inicío da incursão, os traficantes resistiram, causando pânico nos moradores da região.

Na Rua 6, na subida do morro, uma bomba atirada pelos traficantes explodiu, fazendo com que as pessoas se jogassem no chão para escapar do perigo. Foi o caso das vizinhas Larissa e Mirtes.

– Ai, meu Deus! Se abaixa, se abaixa! Você se machucou? – perguntou Larissa, preocupada com a amiga, depois da explosão do artefato, que também assustou os militares envolvidos na força de segurança.

A cada viela que os policiais ultrapassavam, a tensão aumentava e a quantidade de tiros disparados, também. Com medo, moradores fechavam portas e janelas das casas e permaneciam deitados no chão. As biroscas do morro também estavam de portas cerradas.

– Quero saber quem vai arcar com meu prejuízo, porque, pelo jeito, também não vou poder reabrir meu negócio amanhã e tenho mulher e filhos para criar – lamentou o comerciante Aloísio Dutra, 62, dono de um bar e mercearia na comunidade.

No final do confronto, pelo menos seis pessoas feridas a tiros foram atendidas no Hospital Getulio Vargas (Penha), próximo à Vila Cruzeiro. Continua na página seguinte.