Cariocas organizam 'abraço' ao Jardim de Alah em protesto contra atual projeto de concessão

Um dos parques mais bonitos e charmosos do Rio de Janeiro, o Jardim de Alah, localizado em uma área privilegiada, na divisa entre Ipanema e Leblon, está sendo alvo de disputa

Por JB RIO

Jardim de Alah

A Prefeitura publicou edital de concessão no dia 9 de março. Mediante a entrega do local para a Parceria Público Privada (PPP), cariocas de várias localidades estão organizando um abraço simbólico para este domingo (18), a partir das 10h, entre a Rua Prudente de Moraes e a Avenida Vieira Souto. Na convocação, eles afirmam que não são contra uma concessão, mas contra o atual modelo, que visa:


- Destruir o patrimônio público ao invés de restaurar com mais árvores;
- Substituir um parque por um Polo Comercial, privatizando espaços e aumentado a desordem urbana, poluição sonora e lixo;
- Reduzir as áreas de esporte, crianças e cachorros para criar lojas;
- Este modelo de concessão e suas diretrizes sem transparência.


Do outro lado, empresas privadas que estão disputando a concessão de 35 anos prometem revitalizar o parque em troca da exploração comercial do local.

Junto com a revitalização, as empresas obteriam o direito de instalar lojas, quiosques, restaurantes, eventos e exposições. Essa oportunidade despertou o interesse do empresário Alexandre Accioly, dono da rede de academias Bodytech, que, atualmente, está transformando o antigo cinema Roxy, em Copacabana, numa casa de shows. Outros empresários também foram atraídos e estão na disputa pela licitação, considerando as possibilidades de transformar o Jardim de Alah em algo altamente rentável. Entre eles, está Gustavo Agostini, presidente do grupo Magus e morador de Ipanema, que atua no desenvolvimento de shopping centers, e um grupo liderado por Guto índio da Costa, que pretende introduzir um conceito voltado para cultura e arte.

A Associação de Moradores e Defensores do Jardim de Alah também se posiciona a favor da revitalização do parque, porém priorizando a conservação do patrimônio público, afinal, trata-se de um jardim tombado pela lei. A Associação enfatiza ser a favor das seguintes propostas:

- Parceria Pública Privada para revitalizar as praças do Jardim de Alah;
- Restauração com mais árvores e segurança sem descaracterizar;
- Recuperação do patrimônio ambiental – que seja um ponto de referência de parques urbanos verdes e  sustentáveis;
- Pontos de apoio para visitantes compatíveis com o uso do Jardim (banheiros, venda de lanche, etc.).