Vítimas da violência lembram assassinato de João Hélio Fernandes

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Agência EFE

RIO - Uma missa e uma manifestação, organizada por parentes de vítimas da violência no Rio de Janeiro, lembraram hoje a morte de João Hélio Fernandes, de 6 anos, em um assalto ocorrido há uma semana, e que comoveu o Brasil.

Cerca de 600 pessoas assistiram à missa, celebrada na igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro.

A missa, que foi interrompida em diversos momentos por gritos que pediam justiça, contou com a presença do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho; do secretário de Segurança Pública da cidade, José Mariano Beltrame, e diversos chefes de Polícia.

João Hélio Fernandes morreu na quarta-feira passada, depois que um grupo de assaltantes o arrastou pelas ruas durante cerca de sete quilômetros, pendurado no cinto de segurança de um veículo roubado.

O crime provocou grande comoção no Brasil, e gerou uma intensa polêmica acerca de uma possível redução da maioridade penal no país. A Polícia já prendeu cinco jovens acusados do crime, dentre os quais um menor de idade.

Uma comissão do Senado tinha programado para hoje a votação de um projeto de lei que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal no Brasil, mas a sessão foi adiada para o dia 28 de fevereiro, para evitar que o assunto fosse discutido em meio a um clima de comoção e protesto.

A manifestação realizada após a missa foi liderada por familiares de vítimas emblemáticas da violência no Rio de Janeiro, dentre as quais parentes das 21 pessoas assassinadas por policiais em 1993, na favela de Vigário Geral, e as mães dos jovens desaparecidos na favela de Acari.

A manifestação também contou com a presença dos integrantes do grupo de rock Detonautas, cujo guitarrista foi assassinado no ano passado, em um assalto.

Os manifestantes defenderam, em carta entregue ao governador, reformas na lei penal, para aumentar as penas dos autores de crimes considerados hediondos, e as sanções que podem ser impostas a menores de idade.

Após receber a carta, na qual são pedidas medidas concretas para combater a violência, Cabral defendeu uma reforma constitucional, que permita ao Rio de Janeiro aprovar reformas no Código Penal, que possam ser feitas regionalmente, e não necessariamente em todo o país.

Ele assegurou ainda que aumentará o número de policiais nas ruas, por considerar poucos os atuais 9.500 agentes responsáveis por garantir a segurança no Rio de Janeiro.