OAB-RJ: comemoração de PMs acusados de tráfico é afronta à sociedade

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Agência JB

RIO - O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rio, Wadih Damous, considerou um "escárnio, uma atitude de completo desrespeito à sociedade", a comemoração, com fogos de artifício, dos 43 policiais militares do 15º BPM (Duque de Caxias) libertados do Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, Zona Norte da cidade, na noite desta terça-feira, onde estavam presos sob acusação de envolvimento no tráfico de drogas.

- Foi uma afronta. Afinal, eles são acusados de crimes graves, acrescentou Damous. Ele disse acreditar que "o Ministério Público vai tomar todas as medidas necessárias para corrigir eventuais falhas na denúncia" para que os policiais "sejam efetivamente julgados pelo que fizeram."

Acusados também de concussão e corrupção ativa e passiva, os PMs começaram a deixar o BEP por volta das 9h. Sob aplausos de parentes e familires, eles conseguiram a liberdade graças a alvarás de soltura, expedidos após o não acatamento da denúncia pelo titular da 1ª Vara do Juizado Especial Criminal de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Paulo Cesar Vieira de Carvalho.

Segundo a asessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio, o magistrado não teria encontrado provas suficientes na denúncia feita pelo Ministério Público contra os PMS, presos na Operação Duas Caras, desencadeada em setembro deste ano. O Ministério Público já havia informado que vai recorrer. Outros 30 PMs permanecem presos no BEP.

Os 73 PMs presos na Operação Duas Caras foram acusados de cobrar serviços de segurança a traficantes de drogas de duas favelas de Duque de Caxias. Eles cobrariam de R$ 1.900 a R$ 3.600 para dar informações sobre operações nessas comunidades ou simplesmente não reprimir o comércio ilegal de drogas.