CPI das Milícias volta a pauta na próxima semana

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JB Online

RIO - O projeto de resolução que aprova o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) que investigou a atuação das milícias no Estado foi retirado de pauta nesta quarta-feira, após recebimento de emenda. O texto, que voltará à Ordem do Dia na próxima terça-feira, traz o detalhamento e a conclusão do trabalho de investigação que durou cinco meses. O presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB), se disse orgulhoso do trabalho da CPI.

- Tenho orgulho da condução deste trabalho, que, buscando a solução de um problema local, deu uma visibilidade nacional, e até internacional, ao tema. A CPI foi um instrumento de fortalecimento da democracia - elogia o parlamentar, que também comentou a apresentação de emendas ao texto.

- Sugerir alterações é um direito do parlamentar, mas, na minha opinião, este relatório é de grande qualidade e de grande contribuição à sociedade brasileira - defende.

Entre as principais propostas do texto, elaborado pelo relator Gilberto Palmares (PT), estão a recomendação do indiciamento de 226 pessoas, a defesa do desarmamento do Corpo de Bombeiros, a criação de uma Câmara da Repressão ao Crime Organizado, entre outras. O presidente CPI, deputado Marcelo Freixo (PSol), defendeu o trabalho em plenário.

- Essa comissão mostrou que o verdadeiro crime organizado é aquele que opera dentro do aparato do Estado, e a milícia é a essência sofisticada desta definição, porque mistura crime, polícia e política - afirma.

Freixo adiantou que, assim que o texto for aprovado, irá a Brasília tentar viabilizar as sugestões que precisam de normatização em âmbito federal, como a tipificação de crime de curral eleitoral e de milícia que já é tema de projeto em tramitação , e o desarmamento dos bombeiros. Freixo também falou em ir à Câmara Municipal do Rio levando a sugestão de criação da Corregedoria e do Conselho de Ética no Legialtivo municipal. O relatório cita três vereadores com mandato e dois recém-eleitos como envolvidos com milícia.

- Ninguém entrou aqui (no relatório) apenas por denúncia ao Disque-Milícia. Os envolvimentos estão provados - garante.