Taxa de desemprego sofre discreta alta

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Ludmilla Totinick, Jornal do Brasil

RIO - A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil teve pequeno avanço em novembro, ficando em 7,6%, acima dos 7,5% verificados no mês anterior. O resultado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o melhor para um mês de novembro desde o início da série, em 2001, mas também representa a primeira alta do índice desde julho deste ano, quando a taxa estava em 8,1%.

Para Marcelo Néri, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, a crise econômica ainda não atingiu o mercado de trabalho no Brasil.

Já estamos no segundo estágio da crise e ficou claro que ela ainda não chegou ao mercado de trabalho. Os salários se mantiveram e a renda média aumentou disse.

Efeitos

De acordo com o economista, os dados dos 12 primeiros meses do ano foram surpreendentes e mostraram o melhor momento da economia brasileira. No entanto, nos últimos dois meses ficou claro que houve uma desaceleração deste ritmo de crescimento. Néri lembrou ainda que, quando a crise asiática chegou ao Brasil em 1997, a taxa aumentou para 4,5% e permaneceu assim por cinco anos.

A virada do ano será crucial para sabermos como a crise vai afetar o desemprego no Brasil alertou. Muito provavelmente em 2010 os efeitos da crise serão menores e a taxa de desemprego vai diminuir.

Para 2009, o economista prevê que o desemprego atinja os setores financeiro, voltados para exportação, a indústria e talvez a construção civil, mas principalmente o emprego formal e a alta renda.

Claudio Dedecca, professor do Instituto de Economia da Unicamp, disse que a taxa de desemprego deveria ter caído em novembro e o resultado sinaliza preocupação.

A taxa de desemprego já mostra a desaceleração da criação dos postos de trabalho, portanto já sinaliza uma luz amarela explicou. Segundo Dedecca, se houver um esforço por parte do governo para manter o nível de crescimento em pelo menos até 3% no próximo ano, é provável que a taxa de desemprego se mantenha no patamar atual. E se o crescimento for acima de 3%, é possível que a taxa sofra redução.

Mas para um crescimento acima de 3%, o economista diz que será necessário reduzir a taxa Selic, manter os investimentos públicos e privados para manter o nível de atividade no Brasil.

De acordo com os números do IBGE, o rendimento médio real dos trabalhadores ocupados teve alta de 0,9% frente a outubro, ficando em R$ 1.273,60. Na comparação com igual período em 2007, foi constatada alta de 4%.

O contingente de desocupados somou 1,8 milhão de pessoas no total das regiões pesquisadas. Isso indica estabilidade em relação a outubro e redução de 6,1% na comparação com novembro de 2007.

A população ocupada somou 22,1 milhões de pessoas também ficou estável nas seis regiões metropolitanas pesquisadas. Na comparação com novembro de 2007, houve expansão de 2,9%.