Tia Doca, sambista da Portela, é enterrada no Cemitério de Irajá
JB Online
RIO - Foi enterrado, por volta das 16h30 desta segunda-feira, no Cemitério de Irajá, Zona Norte do Rio, o corpo da pastora da Velha Guarda da Portela, Jilçária Cruz Costa, de 76 anos, conhecida como Tia Doca.
O corpo da sambista foi velado na própria quadra da Portela, em Madureira, e pelo menos 100 pessoas passaram por lá para prestar as últimas homenagens. Entre eles, Hildmar Diniz, o Monarco. Segundo ele, a cadeira de Tia Doca na galeria da Velha Guarda continuará vaga.
- Ela era uma sambista de fato. Uma sambista perfeita. Cantava, tocava e sambava. Foi uma perda irreparável. Vamos deixar a cadeira dela vazia. Agora, só restam três pastoras Áurea, Surica e Eunice - lamentou Monarco.
Muito abalado, Nem, filho da Tia Doca, anunciou que o famoso Pagode da Tia Doca (que acontece todo domingo na Rua João Vicente, 219, em Madureira) continua de pé.
- É uma perda muito grande para mim e para todo o mundo do samba, mas vou continuar com o pagode. Tenho muito orgulho em ser filho dela.
Adeus
A sambista morreu na tarde de domingo no Hospital dos Servidores do Estado (Iaserj), no Centro, após sofrer um infarto. Ela tentava se recuperar de um derrame ocorrido no último dia 17 de janeiro e que a fez ser internada às pressas no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, subúrbio do Rio. No ano passado, ela foi destaque no filme "O mistério do samba", dirigido por Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor e produzido pela cantora Marisa Monte.