Situação do Rio pode se repetir por todo o País, diz Tarso

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Marina Mello , Portal Terra

BRASÍLIA - O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse nesta quarta-feira, durante audiência pública na CPI da Violência Urbana, que se o País não conseguir romper o "ciclo" de violência gerada com o tráfico de drogas, situações semelhantes à vivida no Rio de Janeiro poderão se repetir por todo o País. Segundo ele, por esta razão, o governo federal tem programas que pretendem tirar os jovens das drogas, justamente para romper o ciclo do tráfico.

De acordo com o ministro, o Rio de Janeiro chegou à atual situação por causa de diversos fatores, entre eles, porque não houve esta mudança de paradigma no sentido de romper este ciclo.

"Por que o Rio de Janeiro está assim? Por vários fatores objetivos que criaram determinadas zonas controladas por milícias ou pelo crime organizado. Por que isso ocorreu lá? As condições estavam dadas pelo crescimento urbano e porque não houve uma mudança de paradgima", disse.

O ministro disse que tem que ser de interesse de todo o País a vontade de melhorar a questão da segurança pública no Rio, Estado que, na visão dele, representa a imagem do Brasil no exterior.

"O Rio de Janeiro é, na minha opinião, a cidade mais importante do País. Não só pela beleza natural, atração turística extraordinária, mas pelo fato de representar a visão do Brasil no exterior. A dimensão simbólica que tem o Rio de Janeiro hoje diz respeito a todos nós, a todos aqueles que prezam a democracia", afirmou.

Ocupações

Tarso defendeu que, para garantir que o s Jogos Olímpicos sejam seguros, seja necessário que o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) ocupe pelo menos 50 territórios na capital fluminense.

Segundo ele, somente com as chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas regiões mais críticas do Rio vai haver condições de a cidade realmente obter melhorias na área de segurança pública após os jogos.

O ministro explicou que, nos Jogos Pan Americanos a tranquilidade foi garantida graças à Força Nacional de Segurança. Mas, na visão dele, repetir isso nas Olimpíadas não vai gerar nenhuma melhoria para o Estado.

"Colocamos as Olimpíadas como meta para deixar um legado. Para isso, a avaliação é de que precisaríamos ter 50 territórios destacados dos 100, com esta política de pacificação. Aí, quando terminarem as Olimpíadas, deixaremos ao Rio de Janeiro uma situação completamente diferente e será um legado de todos nós", disse.