Resgate em morro é mais difícil que no Haiti, diz comandante
Portal Terra
RIO - O comandante-geral dos Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, coronel Pedro Machado, afirmou na madrugada desta quinta-feira que o trabalho de resgate de sobreviventes entre os soterrados no deslizamento de dezenas de casas no morro do Bumba, em Niterói, é mais difícil que no Haiti. "Ao contrário de desastres como do Haiti, onde pessoas foram encontradas após 15 dias, em um deslizamento como este é muito difícil encontrar sobreviventes. O trabalho que estamos realizando aqui é tão intenso quanto o que realizamos em Angra dos Reis. Ainda há esperanças. Enquanto houver, vamos continuar trabalhando", disse Machado.
Durante a madrugada, dois geradores foram acionados para iluminar o local e facilitar as buscas. Quatro retroescavadeiras, uma delas do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) estão no local para ajudar na remoção dos escombros. Às 4h, foi encontrado o corpo da sexta vítima fatal dos deslizamentos que atingiram o Morro do Bumba.
Pouco antes, por volta das 3h20, outros dois corpos de vítimas soterradas foram retirados dos escombros. As últimas vítimas fatais são uma criança, cuja idade não foi identificada, e dois adultos. Mais cedo, outros três corpos, de três mulheres, foram encontrados nos escombros. Um deles foi identificado como sendo de Nádia Carvalho, de 37 anos. Duas pancadas de chuva, a última ocorrida perto das 3h15, dificultam o trabalho das equipes.
O deslizamento ocorreu perto das 19h30, derrubando cerca de 40 casas. As equipes do Corpo de Bombeiros chegaram no local às 20h50. Pelo menos 300 pessoas trabalham no local, entre Bombeiros, Polícia Militar e Defesa Civil. Outras 23 pessoas, todas com ferimentos, foram resgatadas com vida.
O secretário estadual de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, afirmou que em casos de deslizamentos de terra, é mais difícil a formação de bolsões de ar que permitam a respiração dos soterrados por mais tempo. Assim, a tarefa de encontrar sobreviventes fica mais difícil.
Os Bombeiros e a Defesa Civil também descartaram a hipótese de que uma explosão tenha ocasionado o deslizamento, afirmando que se fosse verdade, os indícios seriam bem claros. De acordo com o secretário de Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, é possível que algumas pessoas tenham confundido o barulho das pedras caindo e do concreto rachando com o barulho de uma explosão. A hipótese foi levantada porque o local fica sobre um aterro sanitário desativado, e o cheiro de gás é forte.