UFRJ promove ato por presos durante visita de Obama

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A Faculdade Nacional de Direito e a reitoria da UFRJ promovem nesta quinta-feira um ato denunciando as 13 prisões ocorridas durante a recente visita do presidente norte-americano, Barack Obama, ao Brasil. A intenção é lançar uma campanha nacional em defesa das liberdades democráticas e pelo arquivamento do processo contra o grupo.

A atividade acontece na Faculdade Nacional de Direito da UFRJ. Entre os apoios já confirmados, estão a CSP-Conlutas, DCE-UFRJ, ANEL e diversos sindicatos, como o dos professores e o dos petroleiros. Instituições como CUT, CTB, UNE, MST e a CNBB foram convidadas, e os partidos políticos PSTU, PSOL e PCB já declararam apoio, contra a criminalização dos movimentos sociais.

Entre os professores da UFRJ que farão parte da mesa estão o reitor, Aloísio Teixeira, e Nilo Batista, desembargador e ex-governador do estado do Rio. A Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, que acompanhou o caso, o Grupo Tortura Nunca Mais, a Associação Brasileira de Imprensa e a Associação dos Juízes pela Democracia também estarão presentes.

Os manifestantes foram presos na sexta-feira, 18, após um ato no Consulado, e permaneceram em presídios por mais de 70 horas, até que Obama deixasse o País. Dois deles são alunos da UFRJ. A prisão, considerada arbitrária pelos organizadores do evento de hoje. Alguns juristas e entidades de classe enxergam irregularidades no processo e veem até semelhanças com o regime militar.

“Algum deles foi preso em flagrante, jogando um coquetel molotov? Algum deles recebeu ordem de prisão escrita por um juiz? Não”, afirma Antonio Modesto da Silveira, advogado conhecido pela defesa dos presos políticos durante a ditadura militar.

O ato desta quinta exige a retirada de todas as acusações contra o grupo.

“Como podem 13 pessoas terem lançado um mesmo coquetel molotov? Como podem ser acusados de tentativa de incêndio? As pessoas foram presas a esmo”, afirma Cyro Garcia, presidente do PSTU, partido que tem dez militantes entre os acusados. “Eles tiveram a cabeça raspada e foram considerados uma ameaça. Obama veio aqui, falou de democracia e deixou esses presos”, critica.

A prisão do grupo gerou uma campanha de solidariedade, inclusive de parlamentares. O senador Lindberg Farias (PT), o deputado federal Stephan Nercessian (PPS) e toda a bancada do PSOL no Rio de Janeiro chegaram a se reunir e a divulgar uma nota exigindo a libertação do grupo. Na Bahia, oito deputados estaduais, do PcdoB e do PT, assinaram uma nota exigindo a liberdade aos presos.