Freixo nega envolvimento com manifestante que acendeu rojão
Deputado também declarou seus pêsames à família do cinegrafista
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) negou nesta segunda-feira (10) qualquer tipo de ligação com o jovem que acendeu o rojão que atingiu o cinegrafista da TV Bandeirantes. O cinegrafista, que teve morte cerebral, foi atingido na cabeça por um rojão quando registrava o confronto dos manifestantes com policiais na central do Brasil.
A denúncia de que Freixo teria envolvimento com Fábio Raposo, preso domingo (9) por suspeita de ter atirado o artefato que matou o cinegrafista Santiago Andrade, teve início a partir de um Termo de Declaração entregue à imprensa. O documento foi assinado pelo estagiário do advogado que presta serviço jurídico ao manifestante Fábio Raposo. Nele, o rapaz afirma que atendeu a ligação da ativista Elisa Quadros, mais conhecida como “Sininho”, no telefone particular de Raposo. Ao transferir a ligação para o advogado Jonas Tadeu, o estagiário conta que “Sininho” teria mencionado que o responsável por jogar o rojão no cinegrafista teria ligação com o deputado estadual Marcelo Freixo.
Para Freixo, o advogado Jonas Tadeu manifestou interesse em esclarecer à imprensa o envolvimento do nome dele com os manifestantes, pois já tinha uma história anterior de enfrentamento com ele. “Jonas Tadeu defendeu o ex-deputado estadual Natalino José Guimarães, preso em 2008 na CPI das Milícias, presidida por mim. Esse cliente tem um histórico de enfrentamento comigo, por isso era necessário o mínimo de cuidado na hora de apurar uma denúncia vinda deste profissional”, disse.
Ainda de acordo com o deputado estadual, o advogado teria feito um pedido público de desculpas, na manhã de hoje, durante uma entrevista para a Rádio Globo. “Segundo o advogado, não era para ele ter dado esta informação, foi algo que ele fez sem ter qualquer intenção”, contou Freixo.
Sobre sua ligação com a ativista "Sininho", Freixo esclareceu que ela fez uma ligação para o telefone da Comissão de Direitos Humanos, na manhã de ontem, a fim de pronunciar seu medo com a prisão do colega, que segundo ela poderia ser torturado no presídio. "O telefone celular da comissão é um numero muito conhecido. Hoje mesmo recebi uma ligação de moradores da rocinha para convidar a comissão a participar de uma manifestação. Ele serve e continuará servindo a isso. Isso não quer dizer que eu tenha qualquer envolvimento com ela, conheço a ativista das matérias de jornal", afirmou o deputado estadual.
Marcelo Freixo garantiu que irá procurar, ainda hoje, a chefia da polícia civil para que a corporação se empenhe em solucionar o caso. "Eu quero mesmo que o assunto seja investigado, que seja possível identificar o autor desse disparo", disse.
No início da coletiva o deputado declarou seus pêsames à família de Santiago Andrade e dissertou sobre a violência nas manifestações. "A gente precisa dar um basta na escalada de violência, de todos os lados. Nós temos vários profissionais de comunicação feridos em manifestações e agora estamos enterrando um. Não há vencedor quando existe violência em uma manifestação, seja ela de militantes, do estado ou da polícia", afirmou Freixo.
* Do projeto de estágio do Jornal do Brasil