Acusado de lançar rojão trabalha em hospital público do Rio

No final da tarde, a Polícia divulgou foto atualizada de Caio Silva de Souza

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A direção do Hospital Rocha Faria confirmou que o acusado de ter provocado a morte do cinegrafista da Rede Bandeirantes Santiago Andrade é funcionário de uma empresa terceirizada que presta serviços à unidade. Caio Silva de Souza, de 23 anos, é auxiliar de serviços gerais, informou a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. O hospital fica no bairro de Campo Grande, na Zona Oeste da cidade.

Santiago Andrade fazia a cobertura do protesto na Central do Brasil, na última quinta-feira, contra o aumento da passagem de ônibus, quando foi ferido pelo rojão na cabeça. Levado para o Hospital Municipal Souza Aguiar, foi submetido a uma neurocirurgia na noite de quinta-feira, mas acabou morrendo nesta segunda (10).

Caio de Souza é considerado foragido pela polícia. Ele mora em Nilópolis, município da Baixada Fluminense.

A Polícia Civil divulgou no final da tarde desta terça-feira (11) a foto atualizada de Caio Silva de Souza. Pela manhã, já tinha sido divulgado o retrato do suspeito. 

Policiais da 17 ª DP, em São Cristóvão, fazem buscas em diversos pontos do Estado para cumprir o mandado de prisão temporária contra Caio Silva.

O mandado de prisão por homicídio doloso qualificado por uso de explosivo foi expedido na noite desta segunda-feira pela Justiça do Rio. 

De acordo com a nota do TJ, "há evidentes necessidades de se resguardar a instrução, a fim de que as demais provas sejam colhidas pela autoridade policial garantindo-se, ao final, a instrução da causa, que é de grande repercussão e que merece integral apuração, dada a lesividade social que os eventos violentos havidos nas recentes manifestações nesta cidade não mais se repitam".

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Atingido em protesto, cinegrafista tem morte cerebral

Santiago foi atingido na cabeça por um rojão durante a cobertura de um protesto contra o aumento do preço do ônibus no Centro do Rio de Janeiro, no dia 6 de fevereiro. Além dele, outras seis pessoas ficaram feridas na mesma manifestação.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o cinegrafista chegou em coma ao hospital municipal Souza Aguiar. Ele sofreu afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e passou por cirurgia no setor de neurologia. A morte encefálica foi informada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no início da tarde do dia 10 de fevereiro, após ser diagnosticada pela equipe de neurocirurgia do hospital, onde ficou internado no Centro de Terapia Intensiva desde a noite do dia 6.

O tatuador Fábio Raposo confessou à polícia ter participado da explosão do rojão que atingiu Santiago. Ele foi preso na manhã de domingo em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) e responsável pelas investigações, disse que Fábio já foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão e que a pena pode chegar a 35 anos de reclusão.

O tatuador ajudou a polícia a reconhecer um segundo responsável pelo disparo do artefato que causou a morte do cinegrafista. Raposo, preso no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro, afirmou, de acordo com o relato do delegado, que “eles se encontravam em manifestações e que esse rapaz tem perfil violento”.