Mortandade de peixes assusta pescadores da Baía de Guanabara

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A Secretaria de Estado do Ambiente negou nesta terça-feira que a mortandade de peixes, detectada e denunciada por pescadores nas três últimas semanas nos arredores da Ilha de Paquetá, na Baía de Guanabara, tenha sido causada por substâncias tóxicas ou por falta de oxigênio na água. As primeiras análises não identificaram o problema e agora os técnicos avaliam se as altas temperaturas da água podem ter causado a mortandade do Savelha (uma espécie de sardinha), mais sensível às altas temperaturas.

A medição dos técnicos indicou que a temperatura média da água estava em 27 graus e nas partes mais rasas chegando a 30 graus. Amostras de peixes serão enviadas ao laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro para tentar descobrir o que aconteceu. A Associação de Pescadores Amadores da região (Ahomar) denuncia a intoxicação das águas e relatam terem encontrado mortos até mesmo tartarugas.

A secretaria ainda investiga se o descarte incorreto da Savelha na Baía por parte dos pescadores que pescam sardinha ilegalmente na região, possam ter ocasionado a mortandade. A pesca da sardinha está proibida desde o dia 1º de novembro até o dia 15 de dezembro. É o chamado defeso, que á proteção para que os peixes possam crescer até um tamanho correto de pesca.

Durante uma ação de fiscalização, algumas traineiras foram flagradas com grande quantidade do pescado armazenado. Como a savelha é um peixe de baixo valor de mercado, os pescadores preferem descartá-la. O descarte pode contribuir mas não é, de acordo com a secretaria, a causa da mortandade.  Os pescadores descartam essa hipótese e levantam a possibilidade de que manobras e despejos ilegais de navios petrolíferos na região possam estar contaminando a água. Eles afirmam que nas últimas três semanas mais de 80 toneladas de peixes mortos já foram recolhidas.

A Baía de Guanabara passa por um grande processo de limpeza e revitalização de cara aos Jogos Olímpicos de 2016, mas vem enfrentando muitos problemas de poluição, esgoto in natura jogado nas águas nas cidades que circundam a região, e muito lixo, além da mortandade de peixes.