POLÍCIA
Piora estado de saúde de jovem baleada pela PRF na noite de Natal
Por JB POLÍCIA
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Publicado em 08/01/2025 às 11:00
Por Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência BrasilA jovem Juliana Leite Rangel, baleada na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal (24), teve piora no quadro de saúde, precisando voltar à respiração mecânica e interrompendo o processo de reabilitação. A informação foi divulgada na madrugada desta quarta-feira (8) pela prefeitura de Duque de Caxias, responsável pelo Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
O boletim, elaborado pela direção do hospital na noite de terça-feira (7), diz que Juliana apresentou a piora nas 24 horas anteriores.
"Voltou a fazer febre, sinais clínicos e laboratoriais de novo quadro infeccioso, necessitando retomar medicação para controle de pressão arterial, retorno de sedação leve e retorno para ventilação mecânica, além de ajustes no tratamento da infecção", detalha o comunicado.
"O processo de reabilitação precisou ser interrompido devido ao agravamento do quadro infeccioso", acrescenta.
A jovem continua precisando da traqueostomia (procedimento cirúrgico que consiste em criar uma abertura na traqueia/garganta para que o paciente possa respirar).
Mudança de quadro
Nos últimos dias, Juliana tinha apresentado melhoras, entre elas a retirada da ventilação mecânica, ficando lúcida, abrindo os olhos, interagindo com pessoas e movendo os membros.
De acordo com a direção do hospital, a paciente segue em terapia intensiva, em acompanhamento pelo serviço de neurocirurgia, psicologia e equipe multidisciplinar. Não há previsão de alta do Centro de Terapia Intensiva (CTI).
Relembre o caso
Juliana Rangel foi atingida por um tiro de fuzil na noite de Natal, dentro do carro da família, na Rodovia Washington Luís (BR-040), em Duque de Caxias. Segundo o pai dela, Alexandre Rangel, que dirigia o carro, não havia nenhum motivo para a abordagem a tiros. Ele também foi atingido na mão esquerda e recebeu alta ainda na noite de terça-feira. O carro da família, de cinco pessoas, ficou com várias perfurações.
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) investigam o caso. O diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, afirmou que a corporação apura todos os casos de excessos durante abordagens policiais feitas pelos seus agentes. Os dois homens e a mulher que participaram da abordagem foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais.
A família pleiteia na Justiça Federal uma pensão provisória para se manter financeiramente, uma vez que o pai de Juliana, mecânico por conta própria, não pode trabalhar por causa do ferimento na mão.
A PRF afirma que disponibiliza auxílio logístico para os deslocamentos necessários à família, além de ofertar apoio psicológico.
Menina morta em 2023
Em 2023, outro caso de carro atingido por tiros disparados por policiais rodoviários federais no Rio de Janeiro terminou com a morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos. A abordagem foi no dia 7 de setembro, na Rodovia Raphael de Almeida Magalhães, conhecida como Arco Metropolitano, na altura do município de Seropédica.
A denúncia do MPF detalha que o pai de Heloísa, Willian de Souza, dirigia o veículo da família e percebeu que era seguido por uma viatura. Ele ligou a seta e se dirigiu para o acostamento, mas os policiais atiraram contra o carro ainda em movimento. (com Agência Brasil)