Em qualquer eleição, bom mesmo é dar o melhor de si
TIRIRICA para cá, nanicos para lá, promessas como sempre, acusações como nunca, e o eleitor fica naquela dúvida. Pensa, conversa com os colegas no trabalho, com os amigos no bar, e os mais aguerridos ainda debatem com a família na mesa de jantar. A maioria, nem que seja uma única vez, assiste ao horário eleitoral antes de decidir seu voto. Tarefa difícil diante da quantidade de informações.
Todos os eleitores, porém, se deparam com quatro caminhos possíveis no primeiro turno: votar no candidato em que realmente acreditam; naquele que poderá impedir a vitória do postulante pelo qual sua rejeição é maior; anular o voto; ou simplesmente não comparecer à seção eleitoral no dia do pleito.
Imagine-se que a nação, em massa, anulasse milhões e milhões de votos. Isso faria bem à democracia? Apresentar-se-iam outros candidatos? Foi um sofrimento de décadas conquistar o estado de direito. Seria hora de desprestigiá-lo? Na falta de poder instituído, certamente um alienígena assumiria o trono – e sabe-se lá de que forma. É um risco grande demais jogar o voto fora.
Votar no “menos pior” para evitar a vitória do pior é, com certeza, um caminho desgostoso. O eleitor sai da cabine indevassável com a sensação de que entrou em campo mas não tocou na bola. Não manifestou sua vontade genuína, apenas votou contra alguém. E vota-se a favor, não contra.
Votar é ação que envolve responsabilidade e noção de cidadania. Mas só vota com alegria aquele que o faz em quem acredita. A eleição em dois turnos foi criada justamente para que, no primeiro escrutínio, cada eleitor vote no candidato que acha mais capacitado para o cargo. Não importa se as pesquisas de intenção de voto dão a ele um baixo percentual. Se todos pensassem apenas no chamado “voto útil”, bastaria empossar o líder das pesquisas.
Já houve muitas reviravoltas em reta final de eleição. Na véspera, inclusive, como mostrou a vitória de Luiza Erundina em São Paulo, em 1988.
É hora de apostar no melhor – naquele que, para você, é o melhor. Pois votar nesse candidato é dar, também, o melhor de si para o país.