Onde está o prefeito que chegou cheio de disposição?

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Para usar  uma expressão popular, pode-se dizer que o prefeito Eduardo Paes assumiu o cargo, em janeiro de 2009, cheio de gás. A exemplo do seu antecessor, Cesar Maia, promoveu vistosas operações de choque de ordem em vários pontos da cidade do Rio de Janeiro, dando aos cariocas a esperança de que, finalmente, deixariam de tropeçar em homens, mulheres e crianças nas calçadas e sob marquises.

O tempo mostrou, no entanto, que, assim como Maia, Paes não tinha tanta energia quanto aparentava. Hoje, dois anos depois, reportagem desta edição do Jornal do Brasil denuncia que centenas de pessoas continuam morando nas ruas das zonas Sul, Norte e Oeste da capital do estado do Rio. Nas praias, pouco a pouco, também a desordem vai retomando seu trono, coroada pela apatia da Guarda Municipal.

Excetuando-se operações pontuais em locais de grande concentração de turistas, como a Avenida Atlântica, pouco a prefeitura tem feito para transformar Copacabana e Leme nos “bairros modelo” prometidos por Paes quando assumiu. Aqui mesmo no JB, ao completar cem dias no cargo, o prefeito declarou que, pelo menos nesses dois recantos da Cidade Maravilhosa, a ordem seria questão de honra.

Ocorre que os abrigos para menores dependentes de drogas e para moradores de rua estão lotados. A carência de vagas está longe de ser suprida. O buraco era muito mais fundo do que o prefeito imaginava, mas os cariocas continuam esperando respostas novas para velhos problemas.