Escola de Realengo terá psicólogo e guarda, diz secretária
A Secretária Municipal de Educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, garantiu nesta segunda-feira a escola Tasso da Silveira, em Realengo, passará a ter um psicólogo permanente, um agente da Guarda Municipal, um posto de primeiros socorros e dois monitores. As medidas atendem a recomendações de um grupo de pais e representantes dos alunos da escola.
"É bom lembrar que nenhuma dessas solicitações teria impedido a tragédia que aconteceu aqui, mas elas melhoram a segurança e colaboram com o enfrentamento do trauma", disse Costin, após reunião com grupos de alunos de outras escolas, psicólogos e colaboradores nesta manhã na Tasso da Silveira.
As salas invadidas pelo atirador foram transformadas em biblioteca e laboratório. Um aquário foi instalado em uma delas. Nas atividades lúdicas das próximas três semanas, os alunos vão ter a oportunidade de remodelar o espaço da escola. A ideia, segundo Costin, é que os estudantes voltem a se sentir parte do lugar.
De acordo com a secretária, a maior parte dos pedidos de transferência - um total de 20, segundo o diretor da escola, Luiz Marduk - foram cancelados. Ela acrescentou que todas as quartas-feiras ocorrem reuniões entre os professores da rede municipal e que, na última semana, foi abordado o massacre de Realengo. As demandas para a melhoria das escolas serão recebidas a partir dessas reuniões, informou Costin.
A secretária lembrou que, na escola, o psicólogo não fornece tratamento ao aluno, mas ajuda os professores e os pais a identificarem problemas e, se preciso, encaminhá-los a um tratamento.
Atentado
Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e, segundo a polícia, se suicidou logo após o atentado. O atirador portava duas armas e utilizava dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.
Wellington entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola quando foi acionado. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão de Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.