Acusar Assange de espionagem nos EUA seria 'inconstitucional': advogada
Uma advogada do fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, disse esta sexta-feira (10) que qualquer ação legal por espionagem nos Estados Unidos contra seu cliente seria "inconstitucional". A declaração da advogada foi feita em resposta a rumores sobre uma acusação iminente naquele país.
"Nossa posição é que qualquer interposição de uma ação judicial sob a lei de espionagem seria inconstitucional e colocaria em dúvida a proteção da Primeira Emenda (da Constituição dos Estados Unidos) para todas as empresas de imprensa", disse a advogada Jennifer Robinson.
A advogada desmentiu, por outro lado, informações divulgadas nos meios de comunicação segundo as quais os advogados de Julian Assange consideram iminente a formulação de acusações contra ele nos Estados Unidos.
"Estamos nos assessorando legalmente sobre a possibilidade de uma ação judicial à luz de que altos funcionários pediram que se formulem acusações contra ele e boatos que circulam nos Estados Unidos de que se está preparando ou já se preparou uma acusação", declarou Robinson.
"Mas não achamos que haja fundamentos para apresentar acusações contra ele, nem vimos nenhuma explicação razoável de em que disposições vão se respaldar", acrescentou.
Julian Assange está detido em Londres à espera do processo de extradição solicitado pela Suécia, cujas autoridades reivindicam para interrogá-lo no âmbito de um caso de crimes sexuais contra mulheres.
Os advogados de Assange, que denunciaram uma manobra política, temem que esta seja uma etapa a mais na sua entrega aos Estados Unidos, que ameaçaram apresentar ações legais contra o seu cliente por revelar secredos da diplomacia americana.
O secretário da Justiça americano, Eric Holder, reiterou em várias ocasiões que há uma investigação penal "em curso", alegando que os vazamentos "põem em risco a segurança nacional" dos Estados Unidos.